Sempre em frente...

sábado, 13 de setembro de 2008

Consciência X Corpo

No começo da dieta a gente sempre sofre com sintomas da abstinência de alguns alimentos. Realmente é como se fosse a recuperação de um adicto, claro que bem mais leve. A questão é que chega a dar uma fissura, um desespero, incluindo alguns sintomas físicos: fraqueza, tremedeira, fome excessiva... eu chego até a sentir o olfato aguçado. Eu, nessa fase, fico pensando em uma lista interminável de coisas que poderiam me fazer “feliz”: pizza, torta, coxinha, esfiha, lasanha, pão com mortadela frita, e por aí vai... Além disso, passo a sonhar com comida.


Um absurdo!!!! Sonho até com coisa que normalmente eu não como e nem ligo muito: sonhei que estava comendo frango frito, por exemplo. Acredito que tudo isso é o cérebro tentando de induzir a continuar consumindo o quê e a quantidade que comia até então.


Passado esse tempo e tendo o organismo se desintoxicado, o controle alimentar fica muito mais fácil. Hoje, com um mês de dieta, não tenho mais esses momentos de fissuras e já consigo me controlar frente a várias coisas que eu não dispensaria de forma alguma (embora também dê minhas escorregadelas...).

O fato é que, mudar os hábitos alimentares para consumir coisas saudáveis não é uma tortura, porque eu gosto de absolutamente tudo. Adoro verdura e legume, cru ou cozido. Naturalmente já não faço muita fritura (embora adore!!!), cozinho com pouco óleo e pouco sal. Então acho tudo muito gostoso e fácil. Junta-se a isso a nossa sensação física de quando estamos nos alimentando de maneira balanceada: sistema digestório funcionando bem, sem inchaços, menos dores de cabeça, mais disposição e já nos sentimos completamente diferente.


Então, por um tempo, eu vivo uma certa revolta. Inevitavelmente, e mesmo que sem procurar de fato uma resposta, fico me perguntando incessantemente o porquê de várias coisas. Por que eu não como sempre assim? Por que eu deixei chegar a esse peso para tomar novamente uma atitude? Por que eu não continuei aquela ou aquela outra dieta? Por que eu não mantive essa alimentação pra sempre? O que me faz trocar tantos benefícios por um prazer tão efêmero como um (vários!) pedaço de pizza? Por que? Por que? Por que????????


E depois passo a viver uma outra revolta: a de ter a sensação de consciência plena da mudança de hábitos alimentares (já transformada em ação e vivida no cotidiano) se contrapondo com um corpo resultado de um comportamento extremamente compulsivo!!!!! A sensação é que essa cabeça não merece mais esse corpo!!!!!


Loucura????? Bobeira???? Desnecessário????? Não interessa!!!!! Interessa que isso é fato; é sensação. Mesmo sabendo que não deveria ficar pensando nessas coisas, ela pipocam na minha cabeça.


Em um acesso de racionalidade, passo para a reflexão de que vivenciar o processo de emagrecimento, conquistando o corpo que condiz com minha consciência é a prova da existência desta. É também uma forma de fortalecer a consciência e dar a ela tempo de formar uma outra auto-imagem.


Continuemos!!!!!


Pensamento tardio: nós, compulsivos por comida, pagamos mesmo um preço caro nesse processo, porque os adictos, assim que se livram do uso da droga se livram instantaneamente dos seus efeitos, e mais, quando deixam de usá-la compulsivamente não são obrigados a usar só um pouquinho diariamente para viver. Por que essa penitência?????????????? Unfffffffff!!!!!!!!!!

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