Sempre em frente...

domingo, 21 de setembro de 2008

O passado. Traumas - parte 1.


Há algum tempo eu e o Tici falamos de escrevermos sobre os traumas vividos em razão do peso extra. Tinha resolvido esperar, daí mudei parcialmente de idéia. Decidi escrever paulatinamente sobre esses episódios.

Para inaugurar, volto a tocar no assunto já abordado no início das minhas postagens, que se refere ao fato de, durante a minha infância e adolescência, ter vivido sob o estigma de gorda.

Vejam vocês as fotos ao lado, a primeira com uns onze anos e a segunda com uns dezesseis. Agora, digam-me se acham que eu era gorda. Eu acho qu não. Bem, há quem ache que sim. Aliás, há muita gente que tem essa opinião, tanto é assim que as crianças que conviviam comigo e muitos dos adultos que me rodeavam viviam zombando ou falando sobre meu peso. Entre meus parentes têm, então, duas pessoas que marcaram muito esse passado. Um deles que vivia cantando a música simpática "Olha o passo do elefantinho" quando eu estava por perto e outra que só de pensar em encontrá-la já me dava calafrios, porque sempre era a mesma ladainha: quanto você está pesando, você precisa emagrecer, é preciso ter força de vontade, você só não emagrece porque não quer, blábláblá...

Não quero culpá-los de nada, mas simplesmente gostaria muito que pessoas, adultos, que têm esse tipo de atitude pudessem ler isso e ter um pouco mais de consciência do quão maléficas são suas posturas.

O fato é que eu já vivia sob esse estigma, afinal crianças e adolescentes, amiguinhos ou colegas de escola, não são nada inocentes, são, na verdade, bastante cruéis quando querer atormentar a vida de alguém (acho até que fui vítima de bullying, talvez por ser muito CDF), e esses adultos acabaram por legitimar a autoimagem que eu vinha criando a partir desse rótulo.

E foi a partir dessa autoimagem distorcida, como os que leram os posts anteriores já devem saber, que eu comecei com um histórico infindável de dietas que só fizeram produzir um efeito sanfona e culminaram com a tal maravilhosa dieta anfetamínica.

Então fica o meu apelo: adultos, não azucrinem os adolescentes por causa de peso, falar não adianta nada, aliás, na maioria das vezes, só piora!!!!! Se já observaram muito, se já sabem que a pessoa está mesmo OBESA, com SOBREPESO ou caminhando para OBESIDADE, conversem com os PAIS da criança ou adolescente e, se realmente estão dispostos a ajudar, indiquem médicos, nutricionistas, psicólogos etc. Quem sabe até façam uma colaboração financeira, se for necessário e possível. Caso contrário: quem não ajuda não atrapalha, FIQUEM QUIETOS!!!!!!!

Um comentário:

Anselmo disse...

Hello, esse seu apelo é totalmente verdade, mas fazer o quê? há quem não entenda isso, e quem acaba por sofrer somos nós! Uma óptima semana para você. Beijos.